quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Máscaras





Máscaras, escondem quem somos, retém nosso semblante, obscurece nossa face, esconde a verdade, expõe a mentira, libera o mal.
Máscaras, trazem um frio sorrir de alguém que não está ali, aparência, divergência, mostra a nudez do vazio, escuridão, escuridão.
Máscaras, para aqueles sem vergonha na cara, não dá, nunca para, seu falso semblante, fixo, constante, olhos vazios, sangrantes.
Máscaras, ilusão, transmite o irreal, esconde a dor de alguém normal que em seu mundo surreal vive, pois a final não vive mais o que é real.
Máscaras, falsas expressões que nos cercam na rua. Quem sabe se são puras? Sem margem à confiança e sermões, step back, pé atrás.
Máscaras que me cercam, usam uma, usam outra. Quem somos atrás de uma? Qual entidade vemos na frente dela, foi-se o ser interior.
Máscaras, avatares clássicos de origem grega, enigmáticos. Quem poderá desvendar? Quem poderá resgatar a real pessoa por trás?
Máscaras, se tornaram rostos de pessoas, de segunda pele à primeira, transmorfos, trocadores de personalidades, humores, opiniões.
Máscaras, por mais que não a queremos, a temos, muitas encravadas nos rostos, outras no coração.
Máscaras, somos diferentes do que éramos, não somos o que devíamos, não sabemos o que deveríamos ser.
Máscaras, nos perdemos aqui dentro, não sabemos do nosso estado inicial, do botão de reset que nos restaura ao estado original.
Máscaras, cascas e cascas, camadas, couraças, muralhas enfeitadas de flores, jasmim, não vemos sua raiz encravadas no rosto do ser dentro, ali.
Máscaras, máscaras, tira, põe, troca, destroca, coloca, não está bom, não orna, adapta às circunstâncias.
Máscaras, maléficas em sua essência, necessária quando a ocasião a faz. Mal necessário? Como seriam as relações sem elas? Como se comportaria a humanidade sem elas?
Máscaras, um mundo sem elas, pessoas doentes, com dores e tristes, quem outrora jaz na escuridão cegam-se com a luz do sol.
Máscaras, um mundo sem elas, contaríamos nossas dores, assumiríamos nossos erros, traríamos à luz quem somos.
Máscaras, um mundo sem elas, a queda da ganância, injustiça, interesses próprios, corrupção, falsidade, o fim do frágil sistema financeiro mundial.
Máscaras, tendências, modas, status, falsas necessidades, gasto de dinheiro com o que é fútil, inútil, a falsa beleza das camadas de maquiagem, a falsa felicidade.
Máscaras, alienação, televisão, mídia, novelas, notícias, manipulação de informação, nos impedem de pensar, pensam por nós, formam nossa opinião.
Máscaras, um mundo sem elas, ao hasteio da velha bandeira da vida em todos os cantos da terra o ser humano se dobrará.
Máscaras, sua queda, tudo se precipitará, a velha luz iluminará, a vida ressurgirá, quem antes não enxergava verá.
Máscaras, um mundo sem elas, a cura para todo mal, a queda massiva da humanidade, desejo esta queda para o renascer de quem somos.

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