Quero digitar, quero escrever, quero amar, sair das palavras, das lisonjas que cercam minha boca e partir para o real, deixar o imaginário. Eu quero sair, curtir, me divertir, parar de fingir que estou aqui e ali, sempre menti sobre meu sorrir, pra ser esta figura que na vida não consegue decidir.
As letras escorrem pelas paginas em
branco, mas na verdade gostaria que fossem lágrimas que escorressem pelo meu rosto negro de vazio que nada diz, apenas transmite um vago sinal de SOS para o nada
onde os muitos ninguéns não querem ouvir.
Quantas linhas, letras, espaços e
vírgulas, cada vírgula um tropeço, mas bem que eu mereço por tanta enrolarão e
lacunas que dei e que hoje mais parecem tabulações. Bem que eu merecia um ponto
final, mas sempre esta exclamação não deixa, esta sim é minha queixa, só há reticências, a
tormenta do meu noite e dia, a interrogação que me persegue quando corro pela
linha da vida.
Eu queria você, um ar, um querer,
morder, fazer; eu queria um dia, uma noite, um minuto que fosse para sair desta
pagina, rasgá-la ou vira-la, derramar nova tinta oculta ao entendimento de
qualquer um, porque na verdade, quem que pode me entender?
Eu quero você que não li ainda,
que não vi a capa, que nem sei quantas páginas têm, mas acredito que em algum
ponto da sua história suas entrelinhas cruzam as minhas. Um dejavú, já li isto
antes, novamente digo, repito as mesmas palavras que enquanto não se cansam, seu
efeito não se acaba, este é o meu sofrer... porém... quem que
pode me entender?
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