Diagnóstico de uma vida

Tudo que eu quero é uma disfunção.
 Tudo o que eu quero é uma irregularidade
Se os níveis são baixos, ótimos.
Qualquer um distúrbio que justifique o hoje, está ótimo...amanhã a gente descobre mais um.

Viva ao medo, a paralisia, a insônia a dor latente na cabeça e nas costas.
Viva o mar de rosas que
sufoca a medula arranhando-a com seus espinhos.
Viva a dor que por mais que muitos desejassem que ela fosse embora, quem acaba com a ultima palavra é sempre ela.
Viva à falta de açúcar no sangue, ou o excesso dele, sei que os dois matam, mas na verdade o que não nos mata nesta vida?

Quero agradecer à síndrome do pé inquieto, nunca consigo contar quantas vezes ele balançou nas ultimas horas.
Quero agradecer à Ansiedade por me fazer uma pessoa fora de mim mesmo e descompassada com o presente que não vivo.

Agradeço as dores nas costas que tem me feito lembrar que ela existe quando não tenho posição confortável enquanto sentado.
Não posso me esquecer das dores de cabeça que sempre me visitam quando toco a cabeça no travesseiro, as vezes não sei se é o travesseiro que doí ou se é a cabeça.

Obrigado pelo desiquilíbrio de energia, pela saturação do emocional, por todas as psicossomatizações que já experimentei e tenho experimentado ao curso desta minha vida, sem elas eu não teria queda de cabelo.

Ironicamente falando, "Obrigado por não chorar. Essas coisas realmente não são coisas de homem. O homem tem que ignorar suas vontades por mais genuínas que fossem e suportar as ondas quebrarem no meio do seu peito. Chorar pra que? Só pra eu me recompor? Me sentir aliviado? Em paz? Curado do que passou?... a não neh".
Por mais que desejo chorar não consigo, quem sabe não sou tão emotivo assim como madames que despencam em lágrimas assistindo de filme de drama.

Do que eu preciso? Atropina? Eritromicina? Azitromicina? Claritromicina? Muda alguma coisa eu saber que Faringoamigdalite Estreptocócica do grupo A, pode ser tratada com ministração de Penicilina?
Se isso é viver como será na eternidade com o Deus? Ou a vida é deste jeito...ou... esqueçam o que escrevi, pois não aprendi a viver.

Crédito das imagens:

Rinaldo Mendes

rinaldogurgelmendes@gmail.com 

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